Constelação Sistêmica na Violência Contra a Mulher: Perigo ou Solução?

“Além desse resultado, você encontrará nessa obra, no Capítulo 1, os marcos teóricos da Fenomenologia. Ali, será tratada a utilização dessa abordagem nas vivências de constelação, no sentido de considerar o sensível como linguagem. Aprofundei a questão do mundo relacional, partindo da importância do encontro e da relação com o outro, de forma ampla e plena, ou seja, em observância aos seus pensamentos, sentimentos, sensações e emoções. Neste capítulo, introduzi a questão do mergulho do indivíduo em si mesmo e em ressonância com sua ancestralidade. Assim, nas dinâmicas vivenciais dos círculos sistêmicos, foram observadas e conduzidas as vivências a partir dos conceitos centrais de “presença” e “atenção plena” da Fenomenologia.

No Capítulo 2, foram descritas a constelação sistêmica e seus aportes teóricos. O que é, qual sua finalidade, quais tipos de abordagem podem ser utilizadas, qual o papel dos facilitadores da constelação, as leis que a fundamentam o trabalho sistêmico, o histórico das constelações e a construção teórica e prática de Bert Hellinger.

No Capítulo 3, foram aprofundados o conceito de família, ancestralidade, transgeracionalidade, memórias e histórias dos sistemas familiares. O aporte teórico amplia o olhar sistêmico, buscando na terapia familiar esses conceitos a fim de aprofundar no tema investigado. Surge o questionamento: como se constrói memória de violência?

No Capítulo 4, é descrito como a constelação sistêmica ingressou no Poder Judiciário na Justiça Comum e outros ramos e a inclusão de outros trabalhos que estão sendo feitos Brasil afora, com o uso da prática no âmbito jurídico. Nesta parte, discorro também sobre o movimento de regulamentação pela Associação Brasileira de Consteladores Sistêmicos, inerente às práticas que são introduzidas em âmbitos institucionais.

No Capítulo 5, foi tratado do tema da violência doméstica e familiar contra a mulher, desde sua proteção sob o guarda-chuva dos direitos humanos, até discussões referentes às relações de poder, patriarcado e dominação masculina e de que forma o sujeito constitucional mulher, sob o aporte teórico de Rosenfeld, precisa ser continuamente construído a fim de assegurar efetivamente essa proteção normativa.

No Capítulo 6, estão descritos os casos constelados, objeto da pesquisa acadêmica, por meio do projeto piloto “Constelar para Transformar”, com as adaptações de texto a fim de descrever os diálogos e vivências ocorridos durante a pesquisa de campo, bem como as falas e entrevistas das mulheres consteladas em situação de violência doméstica e das mulheres participantes da Rede de apoio que atendem e acompanham aquelas mulheres.

No Capítulo 7, a análise dos dados da pesquisa de campo e a resposta à pergunta: afinal, a inclusão da constelação sistêmica na política pública de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher representa perigo ou solução?”